Saudade de Mim: um diálogo entre a Presença e aquilo que ainda não floresceu.

Saudade de Mim: um diálogo entre a Presença e aquilo que ainda não floresceu.

Quantas vezes sentimos uma inquietação difícil de nomear, um aperto subtil, uma ausência sem explicação, uma saudade que não cabe no passado. Neste artigo, convido-te a refletir sobre essa sensação: a Saudade de Mim.

Não vem de fora. É o anseio por partes de nós que ainda não vivemos, por promessas íntimas ainda por cumprir, por sementes que aguardam luz.

Inspirada por uma mensagem de São Francisco de Assis.

“A ira não nos leva a lado nenhum. O Amor traz-nos lucidez, tranquilidade e serenidade.” 

Recolhi-me no silêncio. E desse lugar nasceu este texto. Um diálogo entre a Presença… a escuta consciente… e essa Saudade, que por tanto tempo habitou em mim como murmúrio. Que esta partilha desperte em ti também a coragem de acolher o que ainda não floresceu.

Diálogo entre a Presença e a Saudade de Mim.

Presença: Hoje sinto-te aqui, mas diferente… Não és urgência. És calor discreto.

Saudade de Mim: É que agora sou recebida. Já não preciso gritar. A tua escuta transformou-me em clareza.

Presença: Durante anos pensei que fosses confusão ou carência… mas agora vejo-te como o eco de algo adormecido em mim.

Saudade de Mim: Sou o desejo não vivido, não como ausência… mas como promessa.

Presença: E quando vejo nos outros aquilo que ainda não vivi, sinto um leve aperto… mas hoje percebo: não é inveja. É saudade daquilo que ainda não me permiti.

Saudade de Mim: Sim… Sou o reflexo do que também habita em ti. Nunca quis roubar luz… só acender a tua.

Presença: Quis esconder-te, com medo da tua força. Mas tu és força amorosa, não destrutiva.

Saudade de Mim: Sou fogo que ilumina, não que consome. Mas quando sou negada, torno-me sombra e ruído.

Presença: Hoje dou-te lugar. Mesmo sem saber ainda o caminho. Mesmo com medo. Porque sei que és parte de mim.

Saudade de Mim: E eu não preciso que saibas tudo. Só preciso que me sintas e me leves contigo… não como peso, mas como guia.

Presença (em silêncio): Reconheço-te. Integro-te. Agora caminhamos, não mais em lados opostos… mas em comunhão.

Talvez todos nós guardemos, num recanto do peito, uma Saudade de Nós Mesmos… difícil de dizer, impossível de ignorar. Quando temos a coragem de escutá-la, deixamos de nos ver como fragmentos… e começamos a caminhar com mais inteireza.

Este diálogo não é apenas entre duas partes de mim. É também um convite a ti: escuta o que te chama em silêncio. Acolhe o que ainda não sabes nomear.

Porque, no fundo, todo o sentir guardado só deseja isto: ser visto com Amor.

E quem sabe... ao dar voz a essa parte esquecida, não descubras também um novo caminho de regresso a ti.

Epílogo.


São Franscisco de Assis.

Tudo começou com uma frase simples, mas luminosa, de São Francisco de Assis:

“A ira não nos leva a lado nenhum. O Amor traz-nos lucidez, tranquilidade e serenidade.”

Ao recebê-la, algo em mim se abriu. 

Não foi pensamento, foi escuta. E desse espaço interior nasceu este texto.

Não o escrevi para ensinar. Escrevi porque precisei escutar.

E nesse gesto íntimo, alguém leu e disse: “Era exatamente o que eu precisava.”

Então compreendi: a escuta interior nunca é só para nós. É serviço. Partilha. Comunhão.

Gratidão. Por sentir. Por ser canal. Por deixar que o Amor guie. 💎💚🌀


👽 ESCRITO POR:
Cristalina Gomes

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